Após longa disputa judicial, Reinaldo perde e não pode terminar Aquário sem licitar obra


O Governo do Estado teve mais uma derrota na Justiça envolvendo ação do Aquário do Pantanal, obra milionária que segue sem conclusão. Em sentença assinada nesta segunda-feira (18), o juiz David de Oliveira Gomes Filho condenou o Estado, por meio da Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul), a retomar obras do aquário apenas por meio de processo licitatório.


O impasse jurídico envolvendo a retomada e término das obras começou em junho do ano passado, quando o Governo do Estado anunciou que para agilizar as obras, contrataria empresa sem licitação. À época, o Estado justificava que um processo licitatório levaria tempo depois e faria com que os mais de R$ 200 milhões já investidos fossem prejudicados devido a ação do tempo no Aquário.


O MPE (Ministério Público Estadual) ingressou com ação civil pública para impedir que o Governo contratasse qualquer empresa sem o trâmite de uma licitação. A ação foi ajuizada pelo promotor Marcos Alex Vera, da 30ª Promotoria de Justiça.


No mês seguinte, em julho, o juiz David de Oliveira, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, aceitou o pedido do MP e em caráter liminar proibiu a retomada das obras sem licitação. O Governo tentou recorrer da decisão, e desembargadores chegaram a cassar a liminar.


Contudo, outro processo foi ingressado pelo Estado para que acordo entre o próprio MP e o TCE (Tribunal de Contas do Estado) que permitia a conclusão da obra sem licitação fosse considerado legal. Em julgamento desse pedido, desembargadores negaram o acordo, o que fez com que o Estado praticamente desistisse de reativar o canteiro de obras sem licitação.


No julgamento do mérito da primeira ação, o juiz David de Oliveira afirmou que como há recursos para a conclusão do Aquário, o Governo não deve descartar a licitação. "Deve-se deixar claro, ainda, que há previsão orçamentária para conclusão da obra, o que nos leva a concluir que a omissão do Poder Público em realizar a necessária licitação para esta finalidade importa em afronta aos princípios da legalidade e da eficiência, passível de ser afastada pelo Judiciário", afirma em sentença assinada nesta segunda.


O magistrado reforça que a realização para obra público é previsto na Constituição e, por isso, o Estado não pode deixar de elaborar o trâmite.

Obra

Na semana passada, o Governo do Estado afirmou que reativou o canteiro de obras do Aquário do Pantanal depois de cinco anos com tudo parado. A reabertura se deu para os trabalhos da empresa Gomes e Azevedo Ltda. - EPP, que venceu licitação e fará substituição de vidros da cobertura do prédio.


Outra licitação que ainda está correndo na Agesul prevê R$ 4,4 milhões de investimento para revestimento de alumínio composto, forro e monocapa do prédio. Neste processo licitatório concorrem empresas de Mato Grosso do Sul e também de São Paulo. Ainda não há prazo para a finalização do certame.


Ao todo são três licitações abertas no Governo Reinaldo Azambuja para o término das obras.