Preso na Omertà, empresário ocupa cela de ex-policiais e pessoas com ensino superior

Para não correr risco no pavilhão comum, o empresário Jamil Name ocupa a cela 17 do Centro de Triagem em Campo Grande, localizado no Jardim Noroeste. A cela é destinada a ex-policiais e pessoas com ensino superior. Jamil foi um dos presos na Operação Omertà, que investiga uma organização criminosa de milícia armada que agia na Capital.

Ele e outros quatro presos na operação passaram por audiência de custódia nesta segunda-feira (30) e tiveram a prisão mantida pela Justiça. O juiz relatou que não considerou suficiente o fato de Jamil ser idoso para cumprir prisão domiciliar.

Em depoimento depois da prisão, Name alegou que não sabia como um carregador de pistola Glock  e munições calibre 9mm foram parar na cômoda da casa dele. O empresário afirmou não possuir armamento. Ainda que uma espingarda encontrada com seu funcionário Adelino Louveira no seu Haras poderia ser sua, e que se fosse deveria ter registro na Receita Federal. A espingarda teria sido entregue ao funcionário para defesa pessoal.

Além do empresário, Jamil Name Filho e outras 18 pessoas foram presas. Dois pistoleiros estão sendo procurados pela polícia e o advogado Alexandre Gonçalves Franzoloso teve a prisão revogada pelo desembargador Sideni Soncini Pimentel, no fim da manhã de sábado (28).

Operação

Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), com apoio dos Batalhões de Choque e Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, deflagraram na sexta-feira (27) a Operação Omertà, com a finalidade de dar cumprimento à 13 mandados de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande e Bonito.

A Operação Omertà tem como foco uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada, porte ilegal de armas de fogos de uso restrito, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes.

As investigações do Gaeco tiveram início em abril deste ano, com o objetivo de apoiar as investigações dos homicídios de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier, conduzidas pelo Garras desde 26 de abril de 2019.