Abaixo assinado quer acabar com diárias de vereadores

As diárias de viagem da Câmara Municipal de Três Lagoas estão na mira de um abaixo-assinado cujo objetivo é tentar acabar com o benefício. O manifesto é organizado pelo economista Marcos Silva, que considera os gastos excessivos. Com base no Portal da Transparência, ele identificou que vereadores e assessores usaram R$ 356.747 para se ausentar da cidade somente em 2019.

"Verifiquei uma anormalidade muito grande. As justificativas nas solicitações das verbas eram cursos para parlamentares que tinham mais de três mandatos e fiquei preocupado com isso. Nós precisamos de uma resposta com relação a isso. Foi então que organizei a petição eletrônica, uma forma de pressionar o Legislativo. Isso começou a ganhar corpo agora", disse ao Correio do Estado.

No ranking relativo a 2019, aparece em primeiro lugar o vereador Antônio Luiz Teixeira Junior, o Tonhão (MDB). Ele e a equipe receberam R$ 72.641,79 com esse benefício. Sozinho, o emedebista obteve R$ 53.250 em indenizações de alimentação e hospedagem nesse mesmo período. 
Já no levantamento feito desde o início do mandato em 2017, foram pagos para ele R$ 78.182, conforme Marcos.

Jorge Aparecido Queiroz, o Jorginho do Gás (PSDB), e os funcionários de gabiente receberam R$ 66.177,87 com a verba indenizatória durante o ano passado, das quais R$ 44.631 foram pagas diretamente ao vereador, que nos últimos três anos acumula R$ 114.503,14.

Para o gabinete de Davis Martinelli (PROS) foram destinados R$ 62.484,01 em diárias de viagem. Somente o vereador Davis  receberu R$ 30.164 dessa quantia, acumulando R$ 67.255 desde 2017, conforme pesquisa feita por Silva.

Wellington Ricardo de Jesus, o Cascão (PDT), está em quarto lugar no ranking das indenizações recebidas em 2019. Ele a equipe receberam R$ 57.097 nesse período, dos quais R$ 40.937 foram diretamente para ele, que nos últimos três anos acumula R$ 108.731 com a verba indenizatória.

Na sequência, aparecem Sirlene dos Santos (PSDB) com R$ 23.085; Renée Venâncio (PSD) com R$ 20.468; Antônio Rialino (PTdoB) com R$ 16.621; Marcus Bazé (DEM) com R$ 10.773; Ivanildo Teixeira (PSB) com R$ 10.465; Flodoaldo Moreno (SD) com R$ 6.925; Adriano Rodrigues (PSC) com R$ 6.156; e Vagner Tenório, o Silverado (PSDB), com R$ 1.539; Luiz Akira (PSDB) e Cristina (SD) emparatam em último lugar com R$ 1.154. A reportagem do Correio do Estado tentou contato por e-mail com todos os vereadores citados, mas nenhum respondeu até o fechamento da edição.

André Bitencourt (PSDB), Celso Yamaguti (PSDB) e Gilmar Garcia (PSB) não tiveram um centavo sequer de diárias desde 2017, quando o mandato começou. O estudante de Economia afirma que o trio de vereadores é prova de que é possível "sobreviver" sem a necessidade de receber indenizações pelos deslocamentos feitos a serviço.

Ele não detalha se tem alguma meta específica de assinaturas que pretende alcançar e tampouco o caminho que seguirá na "missão" de acabar com a verba indenizatória. "Isso é algo que já foi conquistado em vários municípios do país. Além disso, é algo que alguns parlamentares já fazem", conclui.


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